Nas franjas do Fringe 2011
Marcio Renato dos Santos                 
Grupos teatrais de Curitiba preparam  conjuntos temáticos de espetáculos para chamar a atenção do público da  mostra paralela do festival, que tem início no fim de março e neste ano  chega a sua 20.ª edição 
A união faz a força, apesar de ser uma expressão desgastada pelo uso  contínuo, está se revelando uma solução para as companhias chamarem a  atenção para as suas montagens no Fringe, a mostra paralela do Festival  de Curitiba, que chega a sua 20.ª edição em 2011. No caso do Fringe,  serão 350 espetáculos em cartaz, 138 deles de artistas curitibanos. Para  se destacar em meio a tantas propostas, alguns grupos estarão em cena  em “mostras paralelas” dentro do próprio Fringe, a exemplo do que já  aconteceu em anos anteriores.
O Teatro Universitário de Curitiba (TUC), situado na Galeria Júlio Moreira, será o espaço para a terceira edição do Coletivo de Pequenos  Conteúdos (CPC), iniciativa que surgiu há três anos e traz no currículo  elogios de crítica, do Diário do Nordeste à Folha de S.Paulo. O projeto  surgiu da necessidade de quatro companhias locais, que se deram conta  de que, juntas, poderiam ser mais visíveis do que se estivessem em  cartaz individualmente. No Fringe de 2009, os grupos Transitória,  Teatro de Breque, N.A.R.K.O.S.E e Companhia Subjétil conseguiram  atenção e aplausos durante cinco dias do evento. 
Ano passado, o CPC aconteceu durante todo o festival, com sete  companhias, incluindo o grupo Lasnoias & Cia, de São Paulo, que  apresentou a elogiada montagem Há um Crocodilo Dentro de Mim. 
Para 2011, o projeto tem novidades, a começar pelo show Sem Querer  Deitei do Teu Lado Mais Frágil, com a Banda Mais Bonita da Cidade, na  abertura do CPC. Além disso, haverá uma instalação, em um espaço da  Galeria Júlio Moreira, e uma peça de rua, a ser encenada pela ACRUEL  Companhia, na Praça Santos Andrade.
Mas o grande destaque da mostra serão as estreias de cinco montagens: Eu Nunca, Silêncio, Ela i Eu ou Nada Que Transpareça, Popcorn  e Catástrofe. “A nova geração do teatro curitibano estará em cartaz no  TUC durante o Fringe deste ano”, diz Thiago Inácio, ator e coordenador  do CPC. 
Eu Nunca, da Companhia Transitória, tem como tema central o “ato de  assassinar”, mas a montagem foi elaborada a partir de pesquisa de  linguagem e experimentação – o que também é uma característica dos  outros grupos que estarão no CPC. 
Silêncio, da Subjétil, e Ela i Eu ou Nada Que Transpareça, do Coletivo de Dois, são propostas que discutem, e até mesmo criticam, cada uma de maneira peculiar, as artes cênicas. Popcorn, da Cia Popcorn,  Arte de Micro-ondas, faz um mergulho no universo da cultura pop e  Catástrofe, da Sim Companhia de Teatro, é um monólogo, com direção de  Léo Fressato.
“O fato de atuarmos coletivamente é algo que pode definir o CPC”, diz Inácio, sobre o projeto.
O diretor do Festival de Curitiba, Leandro Knopfholz, observa que iniciativas como o Coletivo de Pequenos  Conteúdos são o que fazem do Fringe, e do próprio Festival de  Curitiba, um evento interessante. “Essa mostra [CPC] é importante por  defender ideias, juntar companhias e mostrar que em Curitiba há um  movimento, é uma cidade onde não se faz simplesmente um teatro disperso.  Isso é bacana e tende a chamar a atenção”, diz Knopfholz, lembrando que  o Risorama, a mostra de humor, surgiu em meio ao Fringe como uma  proposta paralela e se tornou um evento associado ao Festival de  Curitiba.